segunda-feira, 28 de setembro de 2015


Você é feliz??

Tudo começa com um convite, para ser real, para estar no aqui e agora, para ser essência!
Tudo inicia no processo de partilha e de divisão do sentir. Afinal, ao partilhar se ganha, ao se abrir, há o reconhecimento, em nós mesmos e nos outros!
Somos espelhos e ao olhar no olhar do outro vemos tristeza. Não conseguimos responder à pergunta: Você é feliz?
Talvez por que existe um véu que faz com que a gente não consiga ver a essência. Afinal somos felizes na essência de nosso ser. Não precisamos de mais nada. Não temos expectativas e não olhamos para o outro querendo a sua vida.
Somos raros!
Únicos!
Em nós mesmos. Felicidade é um estado de espírito e um exercício de olhar para o que é essencial na vida.
Sim, sou feliz!
Somos desorganizados, mentalmente, sentimentalmente, fisicamente e espiritualmente. Quando vamos atrás da organização como um todo podemos fazer sentido.
Cantar e dançar em círculo nos fortalece, faz com que renasça em nós a força da curadora (xamã), da intuitiva, da guerreira e da visionária.
Mulher, que sangra, que cicla, que tem fases, que as vezes rejeita a cria, que cria, que ama, que acolhe novamente....mulher...quanto mais natural melhor, quanto mais cíclica melhor. Quanto mais ligada à lua, mais completa.
Somos iluminadas em nós menos e nem nos damos conta disso.
Afinal somos tantas....tantos papéis desempenhamos...

Colocamos num papel os grupos aos quais pertencemos: Família, Trabalho, Amigos, Conhecidos, Busca espiritual....
Dentro desse grupo somos muitas: filha, mãe, neta, sobrinha, dinda, afilhada, irmã, profissional, professora, líder, colega.......as vezes esquecemos da MULHER, do EU, da AMANTE......

Não podemos esquecer de nenhuma parte....e o melhor seria que não precisássemos nos recortar....em rumo ao uno.

Você está feliz?

Quanto está inteira e realizada em cada um desses papéis?

Sente-se sufocada, completa?

O que deseja deixar, que já está obsoleto, ultrapassado para você?


O convite

Não me interessa saber como você ganha a vida. Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em satisfazer os anseios do seu coração.
Não me interessa saber sua idade. Quero saber se você correria o risco de parecer tolo por amor, pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo.
Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com, sua lua. O que eu quero saber é se você já foi até o fundo de sua própria tristeza, se as traições da vida o enriqueceram ou se você se retraiu e se fechou, com medo de mais dor. Quero saber se você consegue conviver com a dor, a minha ou a sua, sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou mediá-la.
Quero saber se você é capaz de conviver com a alegria, a minha ou a sua, de dançar com total abandono e deixar o êxtase penetrar até aponta dos seus dedos, sem nos advertir que sejamos cuidadosos, que sejamos realistas,
que nos lembremos das limitações da condição humana.
Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira. Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo. Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair sua própria alma, ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança.
Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza no dia-a-dia, ainda que ela não seja bonita, e fazer dela a fonte da sua vida.
Quero saber se você consegue viver com o fracasso, o seu e o meu, e ainda assim pôr-se de pé na beira do lago e gritar para o reflexo prateado da lua cheia: "Sim!"
Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem. Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero, exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer o que precisa ser feito para alimentar seus filhos.
Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui. Quero saber se vai permanecer no centro do fogo comigo sem recuar.
Não me interessa onde, o que ou com quem estudou. Quero saber o que o sustenta, no seu íntimo, quando tudo mais desmorona.
Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo e se nos momentos vazios realmente gosta da sua companhia.

terça-feira, 10 de março de 2015

As mulheres e a Barata


Havia cerca de 150 delas, elas eram das mais variadas cores, tamanhos e cheiros, vinham de diversos lugares, e cada uma trazia consigo a bagagem e o peso de ser quem são. Ali haviam desejos, esperanças e devaneios, tinha um misto de glória também, mas essa não estava aparecendo tanto naquele dia. Era um dia quente, daqueles dias úmidos que Porto Alegre gosta de fazer acontecer, dias em que a pele fica brilhosa, de suor, em que os olhos ficam brilhando de cansaço e que o corpo fica difícil de carregar, pelo peso da água do ar. Ao chegar, havia um convite explícito em mim de despir-me, primeiro, tiramos os sapatos (ai meus pés...pensei, achei que não estava preparada para me descalçar..aí se fez a primeira insegurança daquela úmida noite). Logo após o convite era: desconecte, ou seja, deixe o seu munto paralelo aqui fora e entre sem nada que lhe faça lembrar que existe vida lá fora.

Descalça e desconectada (segunda insegurança aparece..e se precisarem falar comigo, como vão me encontrar? E se urgente for?). Entrei, deixando para traz esses "des", mas continuando com as inseguranças, afinal onde se sentar? Fui para a parte da frente da sala (como um movimento natural de quem dá aulas, mas ali não poderia) sentei-me no chão, meio na frente, mas olhando para a frente da sala. Ali onde estava sentada, estava quente, úmido e dali eu tinha uma visão de toda a sala de aula. Elas se olhavam com uma cumplicidade difícil de acreditar, se abraçavam com uma verdade que me parecia falsa e contava  contos de suas vidas com bastante verdade na fala. Me bate então a insegurança número 3, afinal, onde estava entrando, sendo que todos já se conheciam (como é forte essa determinação de não gostar de locais com pessoas desconhecidas). Estava eu sentada com as pernas cruzadas...e elas não paravam de entrar, centenas, todas querendo ouvir o que a palestrante tinha para nos falar. A palestrante falou, e mostrou alguns exemplos de pessoas que entraram ali como eu e saíram outras, bem melhores para elas. Compreendi um pouco com a palestra o porque que aqueles seres eram tão cúmplices e pude entender como a verdade daqueles atos poderia ser verdade mesmo. 
Dessa forma,  minha mente ficou absorvida por uma frase reveladora para o meu ser que foi: "Considerando a profunda observação de Jung, segundo a qual o maior fardo que a criança precisa carregar é a vida não vivida dos pais, cada filho precisa examinar, em que lugar as feridas do pai foram passadas para ele. Ou ele se encontra repetindo os padrões do pai ou vive em permanente reação a eles...Qual foi a vida não vivida do meu pai, e que eu a estou , de alguma maneira, vivendo por ele ?”
Nossa, essa frase me revela tanto, me deixa ter a consciência de tanto pelo qual passei e me faz ver o quanto ainda tenho pela frente. Eins aí as rédeas da minha vida, não precisava aquela palestra me passar mais nada, essa frase tinha me conquistado.
E então, nessas horas, entra a Barata, com sua feminilidade e maestria, a voar, bater suas asas pelas nossas cabeças e esnobando o seu valor de loucura que ela normalmente causa nas pessoas...foi lá, voou, assustou, foi assustada, se escondeu e tomou seu rumo.
E ali, com um número grande de mulheres, mulheres femininas, mulheres de saias e cabelos livres, mulheres guardiãs e que possuíam um "q" de poder em seus colares. Ali tinham mulheres verdadeiras e femininas ou em busca de....com a intenção de se tornarem essência.
E por mais que esse ambiente feminino demais, harmonioso demais e com tanto carinho me causa estranhamento no início, me senti conquistada e chamada para desenvolver o meu feminino, o meu essência, o meu sagrado e me transmutar.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Quando se nasce de parte de algo que se foi, como se chama? É dessa forma que me sinto hoje, agora, aqui...meio sem oxigênio em meu cérebro (como se esses momentos pudessem ser explicados pela fisiologia do nosso sistema corporal...que tola), meio sem saber se o que está acontecendo é por causa das horas acordadas madrugada a dentro (mais uma vez a minha consciência tentar explicar "com ciência" aquilo que não precisa ser explicado). Estava eu aqui pensando com meus botões e me veio uma vontade súbita de escrever, quero escrever para aprender a escrever, para me auto-aconselhar com os meus devaneios e para registrar cada passo que darei nessa nova e renovada fase de minha que se inicia. (Como tenho memória "fraca" ((não gosto dessa palavra)), fraca não, digamos que uma memória que não quer ser passada para traz pela própria memória, por isso minha paixão por registros)
Bem, daí eu me perguntaria se estivesse me lendo, mas o que se inicia então sua doida, o que quer registrar de tão interessante e importante, sendo que até agora só soube enrolar e falar o mesmo do mesmo, blá, blá blá sobre mudanças de vida revolucionárias, troca de estilo de vida, modo de viver mais saudável, com mais estilo, enfim, aquilo que vemos diariamente na rede social que de social só tem o nome. Não quero que pensem que quero mudar meu estilo de vida, como mais uma vez em minha vida, quando tem esses enterros e renascimentos dentro dela, são renascimentos ligados a uma prática espiritual, a um procurar me entender melhor e tentativa de deixar para trás algo que me impede de ver a vida e de viver a vida com liberdade e amor total.
Buenas, meus amigos, esta semana está sendo simbólica para mim, pois não se caracteriza por ser uma semana normal: é a semana que volto a trabalhar depois de uma licença de 6 meses devido à gestação do JV, volto para Porto Alegre após uma temporada na praia e no mar, semana que deixarei pela primeira vez o JV com alguém que não é da família, semana em que inicia o ano novo chinês que promete ser mais tranquilo que o anterior no entanto não deixa de ser novo e incerto, semana que o JV iniciará a se alimentar sem meu leite seguro, semana que definimos o nome de nossa empresa, semana que sofri uma intoxicação alimentar que me fez rever o que é saúde, enfim....semana daquelas, repletas de voltas, repletas de retornos que não consigo nem explanar.
E diante de todas essas voltas e andanças me vi com uma inquietude por querer escrever, primeiramente pensei em escrever para relatar os próximos 4 anos de muito estudo que estão por vir, que farão surgir em mim uma doutora em algo. Pensei em escrever, pois gostaria que no final dessa fase de minha vida eu tenha uma tese e mais do que isso, eu tenha construído em mim uma maneira única de encarar o cuidado, a saúde e a docência. Como na tese, muitas vezes, não há espaço para as pessoalidades, pensei que seria interessante registrar essa trajetória e essa construção de um "eu " meu que pudesse misturar o que muitas vezes não se permite misturar: o fazer ciência e o meu crescimento como ser vivente.
Pensando nisso, fui buscar os blogs que já iniciara nessa vida para criar um espaço em que pudesse registrar esses momentos a partir deste dia. Fui lá e encontrei muitas facetas de mim mesma, cada uma delas de uma fase distinta de minha vida, representando um pedaço de mim que vivi e descrevendo fases do meu viver que representam sempre recomeços. Não me senti confortável em continuar nenhum daqueles projetos, por respeito ao que eles foram. Por isso pensei em algo novo novamente. Primeiramente pensei que quando me inspiro para escrever são sempre momentos de muito liberdade da mente e da alma, em que me permito parar, respirar, sentar e olhar para dentro...e ao olhar para dentro, renasce em mim algo tão novo que não sou capaz de controlar em mim essa nova energia, o que me leva a escrever - seria isso inspiração??
Ao procurar nos meus textos, ou melhor, nos textos de uma Agnes que existiu ali e que agora aqui é outra, me encontrei em parte. E esse reencontro com a outra "migo" fez eu ver o quanto era mistico os momentos vividos e o quanto eu procurava significado em tudo que vivia, seja na forma de rituais que fazia na época, seja na forma de cartas que liamos naquele tempo. Fases tão contrária ao sentimento que tive no início da semana: de que estava algo a se encaixar....que as engrenagens não estavam alinhadas...apesar de ter energia para voltar aos trabalhos, sentia nas pessoas e em mim que falta algo....
 No instante seguinte ao reencontro, me passou pela cabeça e pelo coração a vontade de abrir o livro "As cartas do caminho sagrado" e ler o que tinha para mim hoje...tchan tchan tchan....caiu a carta do POW WOW.
Pasmem, a carta inicia com uma frase que contém a palavra TENDAS, e claro as peças começam a se encaixar novamente e no dia em que foi marcado por retornos.....o coração começa ficar mais tranquilo, por receber a confirmação de que se está no caminho certo, ou pelo menos, está no caminho do coração. As TENDAS explico outro dia...
Mas ao ler o texto da Carta Pow wow percebo que a mensagem principal é de RENOVAÇÃO, PARTILHA...e o que chamado é para o coletivo, para o meu nascimento como mulher...o recado que bateu em mim como algo muito claro é que está na hora de abandonar a competição que as vezes me prejudica de olhar o outro no que há de melhor nele, está na hora de encarar as mulheres como irmãs e entender o que é ter uma irmã...Os Guerreiros do Arco-íris representam todas as Tradições, as Cores e os Caminhos que se unem num só caminho.
Diante disso reflito que tudo está interligado e não adianta eu querer dividir minha vida em: mãe, mulher, cientista, educadora, farmacêutica, esposa....está tudo junto........não preciso mais de muitos blogs, preciso de um só que tenha o espírito dos Guerreiros do Arco-íris.........não preciso mais de máscaras, tenho que desmascarar como mulher e encarar que o meu chamado da vida é interligar o que as pessoas insistem em separar....o meu desafio pessoal não é criar ou inventar, mas é UNIR. Mas para isso terei que nesses próximos anos me descobrir como mulher e aprender a viver em harmonia com minhas irmãs de Lua........e diante desse desafio....estará tudo interligado, me desculpe se será confuso, mas essa confusão de intercambialidade de estados e de saberes será necessária para eu me descobrir no mundo...

Nossa que mágico é se descobrir no mundo, descobrir o que se quer fazer, e o mais importante...como fazer....hoje tenho essa certeza, que me dará gás para completar essa etapa...talvez ao final eu mude, pense diferente (talvez não, certamente)...e então precise de outro blog...outro espaço...outra tese.

Falei, escrevi e pensei demais! Mas valeu. Já tenho quase que uma tese pronta aqui. Pois a cura, a saúde é assim TRANS, precisa-se pessoas que conseguem juntar o que para muitos não se conversam! Ser mãe é TRANS!!! Ser mulher é TRANS!!! Ahhhhhhh viva a quebra de paradigmas, viva o recomeço, viva essa energia boa que não cabe em mim!!!!!!!!

Que venha a energia feminina!


 Reunião de tendas
Novos e velhos amigos 
Trocas de histórias
Contadas e recontadas 
Um cobertor por uma cesta 
Um cavalo como premio 
Corridas e danças até o sol raiar
Trocando as coisas boas
Que cada um traz
Deixando cantar as cordas Da alma de nosso povo.

Se os tambores-que-falam assinalaram um Pow-Wow, você esta sendo chamado a se juntar a outros que pensam como você, para uma troca de ideias.
Você poderá abrir espaço para renovar algum aspecto de sua vida, propondo-se a buscar apoio e descobrindo qual o melhor tipo de ajuda poderá receber dos outros.
A carta Pow-Wow indica que este é o momento certo para procurar pessoas que possam lhe ajudar. Talvez você esteja precisando de assistência, ou então de um ombro amigo no qual possa se apoiar. O foco de sua visão ficará mais definido e você poderá receber o impulso que necessita através de algumas poucas palavras de incentivo.
A sua renovação já esta dentro de seu próprio ser, se assemelha a um bebe pronto para vir ao mundo.  Você esta para dar a luz a algo novo neste momento e poderá cercar-se dos seus amigos mais chegados a fim de receber todo o tipo de apoio necessário.